quinta-feira, 18 de outubro de 2012

I feel good!!!


Tomou?


terça-feira, 9 de outubro de 2012




Aziz








       Então, a Deusa pegou sua caneta e me criou.
       Em Sua onipotência, não tinha noção do que fazia, e eu saía como palavras cativas, cantadas uma a uma.
       Por vezes fui verbo, muitas outras substantivo. Busquei me adjetivar mas no geral não passei de pronome.
       Será que o meu fim se dará com o fim de Sua criatividade? Ou será com o fechamento do sentido? Poderá a divina caneta falhar, o papel faltar ou eu ir para um arquivo? E se Ela me amassa, como uma bolinha de papel e vou parar no lixo?
       Não importa agora, enquanto ela me escreve. Saem palavras e fluem emoções. E essa sou eu. Palavra da Deusa, interminada e não revisada. Crua.
       Me pergunto se a Grande mãe escolhe com cautela os versos que escreve. Se há métrica e rima, ou só verborragia e desabafo. E eu, enquanto obra poética divina que se auto lê (ao menos minimamente), temo não perdoar-lhe os erros de linguagem, pois sou dessas que blasfema junto aos críticos.
       Mas não importa. Ou importa de forma mortal, o que dá na mesma.
       Por ora, evito articular meu semi-analfabetismo para a Palavra. E quando sou impelida a imitar o divino e crio, escrevo, vomito significados, estou segura de meus erros, pois sei que eles virão e serão parte do sentido.
     


Nanna Carolina