Hoje tive aula
de filosofia e senti um misto de aflição e alívio.
Afinal, teremos
chance de nos livrar da tal queda de Adão sendo tão perturbados?
Minhas
sensações presentes têm um gosto desagradável. Algo como perdas consecutivas de
mim. Além destes malditos vícios e esta enorme aceitação para o que me fere. Parece-me
uma névoa sã na densa mata destrutiva e louca. Tenho tanto medo das coisas que
gosto, que me escondo no fundo do poço e as vejo passar, satisfeita e
desesperada. E desta vez não é ensaio, o erro é em si.
Não sei se tudo
isso é causa ou conseqüência da enorme pressão que sinto. Sei que minha única
válvula de escape tem sido a anestesia. E quanto mais guerras declaro aos meus
espíritos obsessores, mais guerras perco. Daí sou uma escrava, vencida,
vendida, escrota. Mas tenho algo tão puro que me dá pânico. Preciso macular-me
por inteiro para que eu não sinta essa enorme vontade de ser o que perdi. Libido.
Essa vontade nojenta de salvação faz com que eu me apóie nessa ajudinha
mascarada, neste passatempo dos todo-bons. Prefiro me dar bem com meus erros,
esconder meus gigantes e fugir do casulo novamente, mas tirem de mim esses
olhos que nada entendem do que vêem, eu suplico!
A vida me
parece, às vezes, um órgão de prazer que, se não for devidamente estimulado
atrofia. Para não precisar amputar minha vida, tenho apostado nos meus sonhos,
para ter prazer. Não esses que temos acordados, pois a altura deles depende
tanto dos outros, que nem sei se podemos chamar de sonhos... Mas o mundo onírico,
onde os papéis que eu cumpro são assumidamente ilógicos e completamente
verdadeiros. As pessoas podem ocupar seu devido lugar, ou seja, passageiros do
barco furado em comum, e quando acordo, tenho muito mais significados para trabalhar
do que em horas de conversa com muita gente. Acho que estou virando uma
Eremita.
Nanna Carolina
Caramba Nana, nem sabia q vc escrevia. Tá de parabens flor!
ResponderExcluirIh, gosto um pouco... tem coisa aí que escrevi naquela época... da uma olhada depois. Bj
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