Sim, Senhora confusão!
Tu, que andastes todos esses anos ao meu lado, sem reclamar bons tratos ou velas.
Tu, que me mostrastes a todo instante a invalidez de meu ego, o descompasso do meu tic-tac e os limites do não-limite.
No entanto és maldita. Afastas-me do que digo ser eu e do que digo dizer.
És feia, Dama Caótica, apesar de ser em seus braços que ganho forças.
O que me dizes me devolve a lucidez genuína, mas tua fala é desafinada e a prefiro calada.
A certeza da tua vinda não me incomoda mais, reconheço em ti a beleza dos autênticos.
Seu silêncio não me é mais segredo e não vou chorar por tua cara amarga.
No entanto, peço que bata à porta antes de entrar.
Não para que eu me prepare melhor para tua onipresença repentina. Mas para que não me pegues a te adorar em segredo...
Nanna Carolina
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