terça-feira, 25 de outubro de 2011

Magia (1)

       
   Você repete meu nome e me respira fundo. Fazemos amor ouvindo música e nos refazemos conversando, duvidando, morrendo de rir.
       Em seu tempo livre me buscas cegamente, como se sua fome de mim superasse qualquer outra. Pratica meu sequestro  sem pedir resgate.
       Ah! Me esquenta de longe, porque é um tarado!
       Me tira pra dançar, mas não tem música. Sei que é só uma desculpa. Você quer é me beijar toda, seu bruxo! Quer ler nos meus olhos, de novo, que te esperei até agora. Que sabia que viria.
       Me arranha com tua barba e geme comigo. Urra que está aqui. Eu acredito. Aceito.
       Tu és um iniciado. Quantas vezes? Fico tonta, no sentido de embriagada com sua densidade. Não sei por quais portas cheguei aqui, mas agradeço e chamo a isso de felicidade. Você também sabia que eu viria. Somos óbvios.
       E como és bonito, não paro de olhar... Você nota, sorri, fica mais bonito.
       Tão intensos, seus carinhos, que meditamos de paixão enquanto nos beijamos. Meu coração perde a linha, és um desordeiro de mim.
       Lembra quando a gente não se conhecia? Que saudade... Eu te esperando no meu arcano, em Vênus, por cada passagem dolorida pela constelação de Câncer.
       Adoro gozar de tuas intimidades, perambular por trechos e passagens do que está lendo, ouvir qual o gosto teve pra ti o passado e o que espera fazer dele...   Quando me puxas pra seus braços, me sinto mais em casa do que em qualquer outro espaço físico!
       Esse seu apetite de mim parece lhe conferir mais mãos, pois me devoras, antes de tudo, com elas. Enlouqueço. A razão é inútil contigo. É um tolo e me tira do sério. Te perdôo por isso.
       Cigano, me seqüestra de novo, mas desta vez me leva para as alturas. Insano, você existe? Faz que sim com a cabeça, mas está só fingindo de novo.
       Você fala tão gostoso, meu amor. Queria te ouvir e me arrepiar até o orgasmo, mas minha ansiedade não deixa, e te busco mais.
       Adoro seus cabelos molhados. Te dão um ar de menino mal criado. Não que não sejas, meu titã mais doce.
       Quando franze a testa sei que vai falar algo brilhante. Você não pára.
       Frenético, não vê que tenho preguiça? Acha que o mundo acaba amanhã? Tá, eu levanto. Tá, eu vou. Admiro sua capacidade de mexer no meu dial.
       Feiticeiro, domina meus pensamentos, provoca frios e calores no meu ventre, mal que não esconjuro.
       Você não tem medo de me amar e isso me fascina. Faz com que eu perca meus medos, que são muitos, visto que sou humana, existo, temo.
       Mas tens tristezas, ciúmes... Tenho que reconhecer, com maldade, que gosto. Sim, meu amor, sou cruel com você quando quero ser o centro de sua atenção. 
      Agora brincamos de trava-línguas e, desta vez, você é meu prisioneiro. Que vontade de rir que nem boba na rua, todo mundo vendo que você está de paixão. Que vontade de agradecer o mundo por existir e a tudo que nos colocou perto o suficiente para nos farejarmos. Lobo sensual, de olhar desconfiado e risonho.
       Fico cega, surda e flutuante. Acho que o único sentido que funciona na falta de sentido que é estar nos seus braços é o da fera faminta que há dentro de mim. Como um bebê que nasce sabendo mamar, sei apenas te sorver, sem mundo ao redor, em hipnose mágica.
         O que queres me apertando tanto? Mata-me? Funde-me? Torna-me tu? Te amo, te espero.  Te assisto decidir...

Nanna Carolina

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