quarta-feira, 5 de outubro de 2011

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Nanna Doida em Xeque
Mate com cicuta
Deveria fingir que ia
Mas foi
Deveria fingir que era
Mas foi.
Assim sendo
Sendo assim
Pessoa em terceira para si
Duas torres
Cartas de tarô
Que prevêem uma queda
Não de sonhos, mas de chão, de si.
Dois bispos, despojados de espírito, excomungados de si mesmos
Em seus jogos cruzados de interesses piromaníacos de caça às bruxas
Sacrifício solene de  equinos
Para o Deus da Ironia do Destino
Deveria fingir choro ou riso
Mas faz isso sério, doida! Doída.
Rainha só, mesmo com peões intactos e rei prostrado.
Pensa ter liberdade nesses campos, quadriculados de batalha.
Não sabe se mover em L, balé dos que atacam fora da vista.
Cumpriu seus deveres reais, mas não estava vestida de rainha.
Sendo assim, não serve de nada.
Não serve a nada, para não ver ruir torres, bispos incendiários e cavalos mortos.
Deveria jogar, mas finge que joga.

Nanna Carolina

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