domingo, 11 de janeiro de 2004


        Estou completamente mal humorada! Não tento me entender e entro em desacordo. Estou a procurar ferrões para por nas mãos para ferir aos outros e a mim. Sinto uma íntima falta minha. Às vezes percebo minha cara toda quebrada e faço força para continuar coisas como levantar a caneta. O calor da minha cidade me faz pressentir prisão, parece que nada se encaixa. Meus pensamentos agem como piratas, estou ficando louca outra vez.
       Seguro um pedaço de morte em cada mão, a vida dorme entediada ao meu lado. Tantas habilidades, eu podia nem ser tão entregue. Noto minha pele envelhecendo minhas tatuagens. Desenhos acompanhando meus desenhos... Vejo a ignorância sendo o forte das pessoas e reflito sobre os fortes. Todo mundo é tão igual por aqui. Às vezes gosto de estar falando alto quando todos me pedem silêncio. Sei de gênios morrendo no escuro e me dá medo... Preciso escutar outras palavras, os de muito conteúdo extrapolam.
       Gosto de ver meu sangue ruborizando meu corpo de menina. Converso só com o vento e ele sopra angústia.Eu fui pluma no vento, mas me perguntei demais o porquê, já não posso ser levada. Tornados incríveis se fazem presentes e nem eles me arrastam daqui. Estou só demais quando percebo que minhas pernas é que sustentam o peso do meu corpo.
       Estou cheia de dores e até gosto de algumas, mas ao todo não completam nem o vazio que eu invento. Parece que a vida é um tipo de éter vagabundo que eu não quero mais usar, mas essa corja de viciados quer me convencer. Meus dedos, minha vista, meu caráter... tudo dói. Volto a ser eremita na multidão e meu vestido preto é a sempre máscara que desenhei. Gostaria que anjos, demônios e Dionísios realmente existissem, quem sabe essa luta ficaria mais interessante. Queria saber de onde vêm os nomes, porque a pele que goza é a mesma que sangra  e pra quê o passado fervilha na minha frente? Já me servia conseguir calar tantas perguntas.

Nanna Carolina 
        

Nenhum comentário:

Postar um comentário